domingo, 28 de novembro de 2010

Encontro e amizade

Magistral arte afetiva nascente do encontro.

Esquina, caminhos que se cruzam e se abrem.

Olhares que se refletem qual imagem no espelho,

Sorrisos que mutuamente cativam e se atraem.


Da contingência brota o novo da fascinação,

Surpresas que nutrem algum terno sonho diário.

Quanta descoberta, emoção e diálogo salutar,

Lampejos de sentimentos, luzes e cores do itinerário.


Oportunidades mui agraciadas e benevolentes,

Pessoas que outrora, nunca se imaginava conhecer.

Visão de olhar sereno, símbolo de aconchego,

Corações amigos, revelação da alegria de conviver.


Na solidão o sol fica sem brilho e vigor.

Na perene descoberta de si, do outro e da vida.

Tempero e razão de ser, fonte que alimenta,

Sentido e calor para uma existência colorida.


Magnífico os laços que confraternizam as pessoas,

Beleza e virtude num horizonte de afinidade.

Reluz incrível abonança as ligações humanas.

Interpelação cordial e desejo de estima e amizade.


Significado


Toda pessoa aspira à razão de ser,

Mesmo sem claro primórdio e finalidade.

Do absurdo acaso cognoscível

Emerge a planta e a matéria.

Estapafurdiamente aparece,

Cresce, envelhece e desaparece.

Quando os olhos se abrem

Um caminho precisa ser trilhado

Ou no buraco acabará jogado.

Abissal ânsia de significado e propósito.

Deveras necessidade simbólica,

Energia e inflexão da alma.

Vida, intento de sentido e satisfação,

Linha de partida e de chegada.

O caminho é a caminhada...

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

ÓCIO

Grande dádiva ter nada para fazer

Ou simplesmente não o querer.

Ficar de pernas para o ar

Coçar o saco sem se preocupar.

Domingo, bom seria

Se não fosse só um dia.

Então mais folgado ficaria.

Ficar parado descansa,

Como outrossim cansa,

Enquanto vê aumentar a pança.

Poderia até ligar a TV

Se houvesse algo interessante para ver.

Acho que vou dormir

Esconder de mim, fugir.

Apagar as luzes da consciência

Anestesiar o pensamento sem paciência.

Há! Chega desse negócio!

Quero só curtir meu precioso ócio.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

INQUIETUDE

Meu ser está inquieto

Disperso e fluente

Como a chuva que se espalha

Derramando suas lágrimas

Sobre a superfície.

Ânsia de estar em outro lugar

Ou quem sabe

Muitos lugares simultaneamente;

E fazer coisas diversas

Sem pressa.

O pensamento divaga

Viaja pelo universo

Seguindo as trilhas de uma quimera.

Um desejo deveras:

Encontrar-se

Ou simplesmente entender-se

Em meio ao caos existencial e social

Da vida.

Superar barreiras virtuais

Ou até reais

Que atrofiam a transcendência.

Quanta sede e vontade

De apaziguar o coração

E acalmar o espírito conturbado

Por tanta incerteza e confusão.

DESVENTURA


Beldade. Vejo-te distante

Do clima permeado de alegria

Onde no ensejo daquele dia

O sol pairou no horizonte.


Devaneios emergiram depressa

No pulso nervoso em que fiquei,

Perdi a direção do ser que sei

No espaço do corpo que dispersa.


Incrível arrepiante emoção

Que naquela ocasião singular,

Brotou qual fonte a irrigar

O jardim a florir no coração.


Sonhos de candura e beijo

Correram nas veias a sonhar,

Libido e quentura de enamorar

Na loucura gostosa do desejo.


Coisas de jovem ou qualquer

Pessoa, que aspira alguém

Interessante que queira também

Aventurar leve em pensado prazer.


Conquista: jogo real imprevisível...

Apesar da desventura do acontecido,

Valeu a sensação de ter sentido

Uma bela atração sensual aprazível.

MFA