sábado, 28 de agosto de 2010

SABER É ATALHO

Preciosa conquista

Mostra cada descoberta.

Discernir chances e ofertas

Nos influxos ante a vista.



Desvendar atalhos,

Ampliar a acuidade.

Cultivar a liberdade

Com reflexão e trabalho.



Sondar, zelar pelo universo

Integral de corpo e mente.

Perscrutar cuidadosamente

Sentidos, marcas e avessos.



Acompanhar a temporalidade

Do cosmos, práxis, efervescência.

Consentir singular existência.

Interação plural realidade.


Desembolando vai a vida...

Num foco espiral apreensível,

Lapidar, crescer quanto possível

Na infinidade de saber e saídas.

VIAGEM

Agradável e melíflua viagem

Transcorreu e agora continua.

Oxalá mantenha essa ventura

De desbravar plural miragem.


Mergulhar no espaço e tempo,

Decodificar setas e caminhos,

Seguir com todos e sozinho

Em face do incerto momento.


Gostosa e paradoxal sensação

Singular ou similar experiência?

Descobertas e certas emergências

Ecoam nos sentidos e imaginário.


Independente de claro entender

O impulso que projeta adiante

Vale aproveitar cada instante

Do encanto salutar desse prazer.


Degustar ares, contornos e cores

Ensejo benevolente de viajar, ir,

Vasto mundo tracejar, descobrir

Onde apreender saber e sabores.

domingo, 22 de agosto de 2010

Micro-poemas

A água do rio corre,
meu olhar nela escorre
até num verso desaguar...


Passar a noite sem sono
ou sem dormir, é no outro dia
sentir um corpo sem dono.
MFA

domingo, 15 de agosto de 2010

METALINGUAGEM

Contemplo minha errante poesia
Carente de graça e metáforas.
Com fome de solos e lumes.
Suspiro pela real fantasia
A ebulir com leves âncoras,
Anúncio que a arte presume.


Brincar sério com a linguagem
Tracejar com júbilo e criatividade,
Cortejar analogias e intuições
No desbravar de ricas paisagens.
Extasiar-se com a rara simplicidade.
Belas obras naturais e invenções.


Saborear pão e vinho de sensualidade
Na iluminura de mergulhar e codificar
O feixe de arcanos da existência.
Descrever significados de realidade,
Simbologia de criar e idealizar
Emoções e utopias em transcendência.

ESTAFA

Hoje o dia mais pareceu pequeno

Como todos outros geralmente são.

O tempo ficou insuficiente então,

Para abraçar o cronograma pleno?


Mas, pequeno mesmo fica o horizonte

Quando projeta metas amplas demais.

Querer fazer muita coisa, acarreta ais,

Fadiga e decepção no arrefecer da fonte.


Mazelas da jornada “hiper-moderna”,

Conseqüências da pseudo-evolução.

No excesso de labor e correria, corrosão

Da estabilidade, exaustão da paz interna.


Pressão do sistema a comprimir valia,

Densa persuasão de suas engrenagens.

Um todo que faz tudo para criar paisagens

Superficiais de liberdade, singela ideologia.


Nesse torvelinho que atravessa e arrasa

Vou sendo testado contra minha diligência.

Por fortuna, na íngreme escala, consciência

De humanista, artifícios para voar sem asas.

MFA

ROMANCE

Gostar de alguém,

Anseio e risco quente

Que qualquer pessoa tem.


E nas ondas do sentimento

A lua brilha inconstante

Sinuosa como as curvas do vento.


Doravante quando brota a paixão

Ou que seja a princípio atração,

Já vale o contentamento aprazível.


No entanto pode ser fugaz,

Duradouro, sei lá, imprevisível.

Certo mesmo é a pulsão voraz.


Com uma bela dose de ventura,

Sonho, cuidado e cordial ternura,

Cativa a outrem na sincera confiança.


Um riacho contínuo de desejos,

Aspiração da humana aliança:

Vínculo com diálogo, abraços e beijos!