terça-feira, 15 de março de 2011

AMOR LIVRE

Espanta-me a confusa ideia

De pertencer a alguém...

Quero ser dono de ninguém

Nem me prender em qualquer teia.


Aspiro à cor da liberdade

No horizonte da madura relação.

Saborear a jovial pulsão

Envolvente de amor e saudade.


Deixar acontecer, abrir-se,

Cultivar a paixão e a alegria

No (re)-encontro que valeria

O risco do prazer de aventurar-se.


Na certa, mesmo em parcial véu

Desejo conquistar alguém

Ter atenção, carinho e querer bem

Na candura de tomar picante mel.


Reconheço no amor contradição,

Difícil arte de amar e se envolver...

De imbuir na atração sem prender

O fogo louco da afetuosa ligação.


ATARAXIA

Encarnada zelosa filosofia

Modo de se comportar e ser

Descobri curioso na ataraxia

Fortaleza e paz para viver.


Ensinamento grego cultural

Oportuno para boa formação

No crescimento humano integral

Da vida contemplativa na ação.


Abertura às afáveis influências

Entende e exercitar o pensamento

Aprender e transpassar experiências

Ampliação de prisma e conhecimento.


Alcançar paciência e equilíbrio

Também discernimento e gentileza

Efeitos no pensar e agir com brio

Ou estima na orgânica leveza.


Proceder na ‘imperturbabilidade’

Ora, parece simples de racionalizar

Ora, quanto difícil de tornar atitude

Doravante, metade vida a efetivar.


Não se deixar esmorecer, ferir, perder

Proteger a sensibilidade e psiquismo

Frente a dor, mazelas e desafios, vencer

Lumes da sabedoria jovial do epicurismo.