quinta-feira, 28 de março de 2013

APARÊNCIA AVARIADA

Olhar estático, vazio,
Boca sem hidratar,
Orelha vermelha, frio,
Rosto soslaio em esgar.

Ilhado no corpo
Que sou no que detenho,
Percebo o esboço
No enleio desse engenho.

A tessitura do fenótipo
Mostra curva e pele.
Vindoura ilusão de óptica
Que a transcendência repele.

Parado ante o espelho
Tento em vão segurar
O reflexo pentelho
Que não cessa no olhar.

Foco em direção à janela
Na busca do horizonte.
Uma natural obra bela
Como o brilho do diamante.

Banalidade nos sentidos,
Degradação da consciência.
Momentos de alegria idos,
Transmutação da aparência.

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